sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Prospecções

E ao ouvir este som que (parecia) há tanto esquecido no meio da memória, não só tecnológica, lembrei-me de como 2013 foi um ano absolutamente espectacular. Os primeiros seis meses foram completamente loucos, era ver a Susana a arrasar na noite lisboeta, festa a cada hora do dia, acompanhada de algum desmazelo noutros campos, mas isso em nada importou. Foi uma diversão! Muito graças a todas as pessoas que estavam na minha vida naquele momento, que me acompanharam (e levaram) nas maluquices. Foram fantásticos esses primeiros meses do ano, uma loucura! Vivia tão intensamente que às vezes até me esquecia de viver. E depois era aquela groove constante, de quem pouco se importava, de quem tomava banho às 7h acabada de chegar sabe-se lá de onde, para ir directa para as aulas. Depois vieram as horríveis despedidas, as pessoas que me animavam o espírito foram embora. Verdade seja dita que foi só uma partida física, porque não há dia que passe em que elas não estejam bem vivas na minha mente, ao recordar esses tempos áureas da RUB. O Verão trouxe um novo ar, um reencontro com a amizade de sempre, e com quem parecia ter estado tão distante durante toda a loucura dos meses que se antecederam. Foi um Verão como todos os outros, uma chatice com picos de actividade que me ainda hoje me tiram os pés do chão. Depois veio Setembro, tudo mudou, drasticamente. A vida não era o que eu tinha deixado em Junho, em Lisboa. A RUB passou para um estado irreconhecível. Cheguei ao fim do semestre a desejar vir para casa, está tudo...mal! No entanto, Setembro foi o mês em que comecei a fazer mais por mim, juntei-me à luta. E em luta continuo! Tive experiências muito enriquecedoras ao conviver com pessoas que estão dentro dos circuitos. Tenho cultivado o intelectual, lido muito, visto muito, ouvido muito, feito muito. Neste ponto da minha vida, tudo o que experimente fora do vulgar torna-se numa espécie de processo de elevação do espírito que nem consigo explicar. Tem sido espectacular a esse nível. A nível emocional estou despedaçada. Deixei-me levar por algo que soube, desde o início, que me ia levar ao extremo, deixar-me-ia exausta. Foi o que aconteceu!
Quanto a 2014, não sou uma pessoa de planos, portanto tudo o que o destino me reservar será bem recebido.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Rainy Christmas

Com o mar a agitar-se lá em baixo, penso que raio de dia tão tempestuoso para o Natal. A minha cabeça inunda-se de pensamentos, quando se torna impossível pisar a praia. Estou bem, quer dizer, não estou mal. Não devia ter caminhado para o precipício, deixei-me cair sem apoio. Mas é tão bom, estar longe de tudo, de todos. Não suportava mais um minuto na mesma casa que tu, a ter de olhar para ti todos os dias, e fingir que não se passa nada, que está tudo bem. Agora sim, estou bem.  É tempo de recarregar energias, e esquecer o que ficou em 2013. 2014 é um novo ano, a desculpa certa para deixar tudo o resto para trás. A partir daqui, a minha vida é uma incógnita. Não vou deixar que este terrível mês de Dezembro me destrua. Eu já estou de volta, aquilo que se viu na primeira quinzena de Dezembro não era eu, de todo. Um corpo amorfo e sem nada por dentro, talvez. Não peço nada para o Natal, não quero nada. Quero viver um dia de cada vez, a contar de hoje em diante. Não sei o que vou fazer amanhã, e isso deixa-me feliz. Enquanto estou por cá, nada mais importa. Só este mar, estas ondas, esta praia, este verde à minha volta. Porque, às vezes, sinto que a cidade está, a pouco e pouco, a consumir-me.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Once again

Eu sabia que ia correr mal, tão mal. Ontem quando te beijei, só faltou afastares-me. Tu andas mal, eu não sei o que se passa, mas tenho as minhas suspeitas. Às vezes fazemos coisas sem pensar que acabam por magoar as pessoas à nossa volta, talvez tenha sido isso que te aconteceu. Provavelmente voltaste para a outra rapariga, mas tiveste que lhe explicar que entretanto andaste um "pouco" indeciso. As coisas são como são, mas agora que já cheguei ao ponto de não querer mais olhar para a tua cara, era preferível que tu nunca tivesses vindo para aqui, que aquilo nunca tivesse acontecido. Torna-se demasiado doloroso estar contigo todos os dias, sem nos tocarmos. Pronto já me magoei, outra vez. É só porque todos acabam por me deixar, e eu não consigo perceber porquê. Sou uma desilusão. Eu não sei, já coloquei tantas hipóteses para as coisas nunca resultarem. Apetece-me viver, estou farta de Lisboa, só me manda para baixo. Pelo menos, em casa, o sonho comanda-me, não tenho muito que pensar na puta da vida real.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

They kill you

Porque está tudo mal. Porque tu dormes fora e eu penso em ti nas noites frias. Porque fiz figura de parva, mais uma vez. Porque é altura de recuar, e imaginar que tudo não passou de algo que nunca aconteceu, coisas da minha cabeça, outra vez. Fazes-me mal, tal e qual quanto eu previ. E não consegui evitar que isto me deite a baixo, porque todos os dias tenho que te ver, que olhar para ti.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

20

Hoje foi o meu dia de anos. Perfeito, diria... Estive com as pessoas que importavam, quem importava esteve comigo, mesmo longe. Foi dos melhores de que tenho memória. Vale mais ter as pessoas perto de mim, do que qualquer outro presente. Amanhã é outro dia. Um dia de renovação. Tomei decisões importantes nos últimos dias. E decide voltar ao mote do que if it's meant be, it's gonna be, por isso é só esperar. As coisas entre mim e ele não andam na melhor onda, por isso o melhor mesmo é deixar fluir. Ah e as mensagens que todos me deixaram, "não existem palavras suficientes no dicionário para te descrever", que coisa mais linda. Estou feliz. Os 20 começaram da melhor forma. É agora!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Dissertação de um falhado

Com a depressão a tomar conta de mim, é fácil detestar tudo o que se passa à minha volta. A amiga que dá a volta à situação, e se torna facilmente pouco amada, o parvo que é ignorante, os mesmos de sempre. O mau ambiente em casa de gente. E os teus olhos a chamarem por mim do outro lado, a chamarem sempre por mim, a tua mão a afagar-me o cabelo outra vez. E tu aqui, sempre aqui, e os desenhos na minha cabeça febril. Tudo o que criei, como se de real se se tratasse. Os teus mimos em dias menos bons. O sonho, a imaginação incessante. Tudo não passa desse campo. Tu, és sempre tu. Se olhar para trás, vejo-te a ti e a nossa constante fuga, que não o foi. A ocupação que arranjo para a mente esquecer, a tal repressão de sentimentos que teimo em praticar. Nunca corre bem. Tu és um eterno fruto da minha imaginação. É pena eu não fazer parte da tua imaginação. Porque if it's meant to be, tu estarias na paragem quando eu chegasse, e tu estavas. Mas a vida não é Un Long Dimanche de Fiançailles. A vida é isto, pouco mais. Tu não estás, e não estarás. Porque tu simplesmente não amas ninguém, e eu amo demais.

sábado, 26 de outubro de 2013

Tu fazes-me bem! És a pessoa ideal. Sempre lá para mim. Dás-me tudo o que eu podia desejar, e és tudo o que eu preciso. Fizeste-me (incrivelmente) esquecer o meu passado próximo que me andava a corromper. Tiveste a tua quota parte no meu wake up call para o activismo, que me apaixona. Tudo indica que sejas a pessoa, talvez o "tal". Um quadro pintado de fresco, com flores e pássaros a voar por todo o lado, quando sinto aquele carinho imenso pelas tuas mãos. Mas é incrível como eu nunca estou bem. Sinto-me mal, por não conseguir sentir-te da mesma forma que o sinto a ele. Quando sei que ele iria ser um desastre na minha vida. Que ele ia fazer-me sentir de uma forma que tu serias incapaz. Quando sei que a substância dele não é nada quando comparada com a tua. A alma dele está mais que corrompida, ia arrastar-me para o fundo com ele. Mas não consigo evitar o tal assunto por resolver. A paixão calorosa bate o teu "fazes-me bem". A mão dele na minha, vezes sem conta, faz-me querer mais. A química, ai a química... arrisco-me a dizer que nunca a senti, não desta forma. Os sentimentos não resolvidos deixam-me com a sede incessante de quem quer saber o que é que, afinal, se está a passar. É o calor do momento, eu quero acreditar que sim. Mas nota-se, nota-se tão bem. Tal e qual o miúdo dizia, sem saber de nada: "Eles têm muita história.". Temos demasiada. Demasiada para suportar na nossa situação! Pensar nisto parece-me considerar a inevitabilidade de um facto que vai acabar por acontecer, eu a acabar por destruir tudo o que construí, como sempre faço aliás. Tenho tendência para o caos (da minha vida principalmente). Pensa racionalmente Suse, uma vez na vida, só te peço isso! Mas não dá, é mais forte que eu, é mais forte que nós. É como alguém querido me disse: "Tenho a certeza que o sentimento ia aumentar caso levassem isso avante, nota-se a milhas de distância que estão num constante vai e vem de sentimentos.". Ela conhece-nos bem. Isso preocupa-me.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

"A Suprema Verdade"

Dou por mim a desejar ter vivido noutro tempo. Num tempo de revoluções (não só sociais mas de espírito). Agora temo que tudo seja mais difícil de concretizar. Como é que chegamos aqui? Este povo trabalhador de origens humildes que se deixou corromper pelo temível capitalismo, pela verdade suprema que é o sistema. Está na altura de abrir os olhos! De acreditar que esta verdade suprema não é tão verdade assim. Porque trata-se da alienação, do ser sobretudo, da vida. O deixa andar não é a solução. A revolução feita de forma pacífica, pelo povo desta vez, é o que desejo. O que me custa é que não há forma de a revolução ser feita pelo verdadeiro povo, mas sim pelos instruídos, por aqueles que conseguem ver a falsa verdade, aos outros não se consegue fazer ver. Sempre fomos preguiçosos para pensar. Mas acreditar que somos mais fortes do que qualquer teoria da representação é o caminho. Podem dizer as balelas que quiserem a partir das portas de entrada do Instituto, mas a força do povo consegue fazer tremer as estruturas. Está na hora de acordar, e fazer isto de forma ordeira. Uma união como a história não viu. Porque se fomos os primeiros a descobrir o caminho marítimo para a Índia, se descobrimos o Brasil, se somos o único país do mundo que conseguiu fazer cair um regime sem sangue, também conseguimos ser os primeiros a fazer balançar a suprema verdade. A desconstrução da mente demora tempo, mas o regime treme mais um pouco cada vez que saímos à rua. O caminho é longo e sinuoso, mas com espírito de sacrifício vamos dizer adeus à Europa de uma vez, e começar de novo, de forma nova!


sábado, 19 de outubro de 2013

Desliguei de tudo! Por um momento desliguei. Tudo subiu-me ao espírito. Tu não queres viver mais! E eu não consigo fazer nada para te ajudar. Estás a evaporar-te à minha frente. A cada passo que dou a tua existência fica mais ténue. Dói-me o meu interior mais profundo. A tua dor é a minha. Só te peço que dês uma nova oportunidade a este mundo, que me dês uma nova oportunidade a mim, a todos nós. Acreditares que nada disto é em vão. Que a existência é algo tão poderoso, que não merece ser deitado fora desta forma. Daqui a dez anos isso ainda vai importar? Deixa tudo de lado, e vive como se não houvesse amanhã, é a única liberdade restante. Nunca te esqueças daquele dia em que nos rimos por coisas estúpidas e percebemos como éramos pálidas. Agarra-te a isso e a tudo mais. É a Hora!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O meu Projecto Vital

E com tudo a compor-se à minha volta, parece que era mesmo suposto tudo retornar ao lugar onde pertencia. As minhas aspirações estão mais fortes que nunca, tento a todo custo que elas se desenrolem de uma forma relativamente rápida, para não ter que voltar atrás. Estou cheia de projectos, com o caminho que pretendo seguir a formar-se à minha frente. As pessoas que me rodeiam tiveram um papel determinante naquilo que pretendo chamar de Projecto Vital. Será um bom presságio, não tenho dúvidas. E se falhar, pelo menos sei que fui à luta. Estou a agarrar-me com unhas e dentes àquilo que acredito, e que, afinal de contas, sempre acreditei, só esteve meio perdido nos meandros do quotidiano.
Entretanto vieste tu também. Todos os dias a fazeres-me acreditar que deve haver um final feliz para mim. Talvez esteja a chegar esse belo final.
As coisas não se terem desenrolado de forma diferente, talvez tenha sido uma bênção. Se tivesse ido para o Brasil, não estaria contigo, não estaria como estou. O que eu precisava era de um wake up call, de uma chamada para a vida. Agora que comecei, parece que nada me pode parar. Mas como tudo nesta vida, é efémero. Não se sabe... Vamos deixar o destino e os deuses decidirem por nós.


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A renovação da RUB e da vida

A RUB mudou! Está diferente. Não vou fazer comparações com o que a RUB foi em tempos, porque é simplesmente impossível, está tão diferente. A RUB vai ser sempre este conglomerado de pessoas estranhas que, por força das circunstâncias, estão a viver juntas. Este ano temos muita gente nova, muita gente que como tantos outros estão a aprender a viver desta forma. Mas no fim do dia o espírito de família vai sempre cá estar, pelo menos enquanto existirem pessoas que o façam prevalecer. Entretanto também a vida dá voltas, a minha mais propriamente. Quando menos esperava que a depressão me abandonasse, por tudo o que o Verão me deu, ela abandonou-me. Porque se calhar eu só tinha de abrir melhor os olhos e deixar o vento fluir e a chuva cair. Forçar algo que não foi meant to be, deixou-me exausta. Acho que chegou a hora de investir em algo que já devia ter sido e nunca foi.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

What I need

"Home
We've had enough, we're off now
Your daddy's tried to call on the phone
But he doesn't know"


domingo, 22 de setembro de 2013

Considerar o inevitável

Há um mês atrás não pensava dizer isto. Quando dizia que sentia falta da cidade, tu olhavas-me com desgosto, de quem me ia perder. Agora sinto falta de casa, sinto falta de ti. Das eternas tardes de Verão, quando já me apetece o Outono. De ti, quando já me apetece seguir em frente. Algo estranho me puxa para o chão, me diz que o sensato a fazer era dizer-te o que sinto e o que senti. Nunca estamos bem, não é nada como queremos. Fazes-me aquela falta, aquela terrível falta. Quero casa, de uma forma que pensei não desejar. À medida que a minha pele fica mais clara, a tua presença esvai-se. Com Abel Tesfaye no meu ouvido, e contigo longe de mim, lidar é difícil.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Aos poucos...

Talvez a mudança ainda tenha que esperar. Talvez as viagens fiquem para depois. E provavelmente aprendi da pior forma que voltar às raízes é necessário nesta etapa. Era tempo! De crescer principalmente, e de perceber que ainda não fiz nada. Que vou estar confinada a uma casa sem paredes. Que talvez o amor não queira nada comigo, e tudo não passa de uma desilusão de quem quis ser, mas que não sou. Não é desistir, é cansaço. O esforço não está a compensar. A estúpida ficção assombra-me, cada vez mais. É triste.

domingo, 15 de setembro de 2013

O que tu me fazes

E contigo longe, e com Lisboa a tomar conta de mim, milhares de pensamentos assombram-me a mente. Estou tão bem aqui, mas não sem ti. Já sinto a tremenda falta dos finais de tarde, da praia de manhã depois de uma noite mal dormida, da cerveja gelada nas quentes 3 da manhã, dos Arctic Monkeys a soar a toda a hora. sobretudo sinto falta da tua companhia. De ti, ali. Habituei-me à tua presença, e agora tenho que conviver com a tua ausência, com a distância de quem me fazia acelerar os batimentos. Tudo mudou, Lisboa não me deixa hipótese, há demasiada tentação, demasiadas pessoas, demasiada liberdade. O nosso querido e suave equilíbrio de quem ia conquistar o mundo acabou, assim como o Verão. Demos lugar à temível depressão quando tal pensamento vem ao de cima. Vamos ser felizes outra vez, por favor... sem Lisboa e sem Algarve a separar-nos os sentimentos.


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O todo é sempre pouco

Tudo me faz querer. Tudo me faz sonhar. Tu fazes-me sonhar. Porque nós, incrivelmente e contra todas as expectativas, pertencemos um ao outro. Nós somos o no matter what um do outro. O que nos separa, tanto mais nos une. Aquele momento em que o meu cabelo cai sobre ti, e o resto do mundo é posto em perspectiva. Só te quero perto, ao mesmo tempo que te quero longe. Gosto de ti como a abelha gosta do mel. E ver as folhas a caírem das árvores faz-me desejar que nada tivesse acontecido, que tudo passasse da eterna ilusão. Mas é disso que se trata o eterno caos, a desconstrução de ti, de mim. Ficarmos em frangalhos e decidir que não faz mal, que o mundo é assim. Porque a altura em que te sentires perto da morte, vai ser o momento em que mais anseias pela vida. E porque existe aquela estranha e assustadora boa sensação de gostarmos de quem não gosta de nós, o sofrimento faz-nos querer viver mais. E tudo isto não passasse de uma partida da memória.


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O sem sentido sem sentimento

Às vezes basta mesmo isto: o fim do Verão com a cerveja a chamar por mim, e um bando de amigos estúpidos. Ah sim claro, e os Tame Impala como fundo, cheios do seu psicadelismo material e da sua vibe de cabelos ao vento. É disto que se trata, foi sempre disto que se tratou. Mas logo, tudo fica borrado neste quadro pitoresco. Logo apareces tu com todos os teus ditos e desditos, com toda a tua falsa liberalidade. A tua mente quadrada faz-me repugna, mas talvez seja a sensação de que me trazes bem, que me faz ficar, que me faz quase querer-te! Maldita hora! Eu não sei nada, nem tu!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O vento da mudança

Sinto os ventos a mudarem de direcção. Os ponteiros do relógio a andarem ao contrário. Será o presságio de grandes mudanças? A mim parece-me que sim. Tudo está a caminhar para onde pertence, para onde "it´s meant to be". Todas as pessoas que se cruzaram comigo durante aos últimos tempos eram necessárias neste processo. Agora compreendo isso. As grandes mudanças começam sempre dentro de nós. E quando nos conseguirmos ver, estando de fora, tudo se torna mais claro. Porque a criação, o desejo de criar algo, seja bonito ou feio, nasce com todos nós. Mas em alguns, como no meu caso, torna-se em algo tão doloroso de carregar que a única opção é andar numa constante demanda por inspiração e criar, simplesmente criar, sem limites nem fronteiras. Mas é triste, realmente, saber que tenho tanto para expressar e não conseguir fazê-lo. Andar sempre numa espiral de redundâncias que em nada ajudam a aliviar a minha bagagem. E depois vem Lisboa, vens tu, viemos nós. O fim da calma que me assombra, o fim do tempo da criação, o início da estúpida superficialidade que me atinge. Vivo tão intensamente que me esqueço de tudo, de tudo o que tenho para deitar cá para fora. Esqueço-me das sensações, só pensando em estar fora de mim, literalmente. Mas é tão bom, a liberdade que me toma como dela, e a eterna vida descomprometida que tu me dás.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Apetece-me Lisboa

Ah e como me apetece... Apetece-me Lisboa e a sua eterna novidades. Todos os cantos e recantos que ainda faltam descobrir. Toda a vibração de uma cidade, que não podia ser nada menos que maravilhosa. É o meu admirável mundo novo. Joel Tudor dizia: "A maioria das pessoas procura pelo paraíso. O meu paraíso é aqui na cidade, por uma simples razão... é tudo feito a um ritmo tão alucinante, que tu simplesmente deixas de existir. Ninguém repara em ti ou sabe sequer existes, é a tua evasão do mundo!". A cidade é isso e muito mais. É mil sítios para ver, é as pessoas e a vida que delas emana, e é as mil e quinhentas opções de lazer que tens, é a cultura. É um sítio que eu nunca tive, e por isso é que a cada ida apaixono-me novamente. O único senão é que começo a sentir que a cidade está a ficar pequena para mim. Mas depois disto talvez escolha voar mais longe, quem sabe?

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Há vida nocturna aqui

Há vida nocturna aqui. De vez em quando lá se descortinam umas almas da noite. Elas existem! Agarradas aos vícios. Cada um com o seu. O meu é a felicidade e, vá, os cigarros. Deambulamos pouco, pelo pouco terreno que havia a percorrer. Depois cheirei a bolo. Foi um renascimento. Uma volta à realidade, que há uns dias temia ter perdido. As noites de Verão, não aquelas que todos associam. São as MINHAS noites de Verão. Só minhas. Porque, afinal de contas, eu não sou a multidão, e a multidão não é eu. Sou a apreciadora de coisas pequenas, pequeninas mesmo, algo que a sociedade, embutida no seu ego, parece ter esquecido. Tenho em mim todas as paixões do mundo, e pensando bem, também os sonhos. A sonhadora de sonhos impossíveis, assim sou eu.
E continuarei no mesmo, até que a mente e a alma se me acabem.


domingo, 11 de agosto de 2013

The end

Caiu-me o estômago, a minha reacção natural foi evitar. Mas lá fui eu, e correu tal e qual quanto eu previ, numa neutralidade extrema. Foi tudo muito soft, para o bem e para o mal. Rapidamente a minha cabeça me enviou para o meu retiro imaginário, e rapidamente me tornei num corpo sem alma. A minha alma estava muito longe dali, algures numa ilha suponho. Outros pensamentos logo me inundaram a alma, de que me sentia forte, de que afinal não era assim tão mau. A minha mente é que teimava em fazê-los parecer como o fim do mundo. Encerrar, foi o que foi, o encerramento de algo que outrora foi.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Chanel

Fantástica campanha da Chanel. Umas pernas vividas. Olho para os meus joelhos e revejo-me nesta imagem.


A demanda

A constante dicotomia do ser, o certo e o errado. A constante demanda, até à exaustão, de algo superior, da tal pura e bonita supremacia da criação, que só os errantes encontram, que só poucos viram. Tem sido um Verão com raízes pouco profundas, com noites melhores que dias, com o psicadelismo lentamente a inundar-me a existência. A demanda continua, a eterna procura. A inspiração de um dia menos bom, de um momento em que a alma se superioriza e o resto é deixado no chão. De repente, cresceram-me asas, mas eu não sabia como usá-las. Achei que agora que tinha adquirido tal suplemento, de nada me serviria se não as usasse, se não tirasse os pés do chão e tentasse. E tentei. E consegui. E lá fui eu. Imagens do mar, de peixes e alucinações, fizeram-me crer que se me deixasse cair o mar ia apoiar-me nos seus braços. Lá estava eu na onda, a ser lentamente arrastada para uma terra que não era minha. Tudo isto culminou num quadro do qual não me sabia capaz, mas fui e de repente a nossa irrelevante existência pareceu-me do país poderoso que havia. Tinha tocado na alma, na matéria dos sonhos. Depois de ter voado nos céus, soube bem estar de volta a terra firme. 

domingo, 4 de agosto de 2013

As electrónicas a entrarem no mundo de Devendra. Só para nos levarem numa trip espacial, daquelas que nos dão vontade de tirar os pés do chão. Uma música solidária com os corações partidos, mas muito mais com os corações apaixonados pelo psicadelismo. Para ouvir com o botão do repeat ligado. A partir dos 3:10 a assemelhar-se a uns Tame Impala europeus e experimentalistas. Uma verdadeira pérola.


quarta-feira, 31 de julho de 2013

Identidade

Chegamos a uma fase das nossas vidas em que somos o que de mais indefinido existe. Não sabemos o que somos e muito menos sabemos para onde vamos. Tanto estamos bem como não estamos. Sentimo-nos mal por não partirmos, por não sermos corajosos e abraçarmos a vida. Torna-se difícil tudo o que está a acontecer à nossa volta, torna-se difícil encontrar um rumo. E quando vemos que toda a gente à nossa volta não está mais perdida, o desgosto toma conta de ti, por seres a última restante. E depois percebes que chegou a hora de crescer. Mas como é que nós sabemos que chegou a altura? Será agora? Que é altura de deixar as t-shirts com logos de música para trás. Talvez seja altura também de deixar para trás os sonhos de sempre, e arranjar algo mais realista. Resignar-me ao que todos querem que seja, deixar-me levar pelo que sempre lutei, pela pressão da sociedade. E quanto mais vejo os dias passarem por mim, mais sinto que nada fiz com a minha vida. Que tudo não passou de uma ilusão, de uma grande ilusão. Que afinal de contas, durante todo este caminho, eu é que estive errada. Eu é que fui a sonhadora sem fundamento, a criança.
Estou num momento tão sombrio da minha existência. E o ciclo está prestes a recomeçar e a não me deixar sair. Tal e qual Hemingway.


terça-feira, 30 de julho de 2013

Absolutamente fascinada!!!

Esta foto foi tirada no Bairro Alto, fiquei imediatamente apaixonada. Ah como eu sinto falta de Lisboa.