terça-feira, 26 de junho de 2012

O incêndio

Nem queria acreditar! Acordo sobressaltada e tudo o que vejo à minha frente é uma extensa coluna de fumo negro. O cheiro pestilento continua ainda hoje, e continuará nos próximos dias. É-me difícil assimilar que tenha sido fogo posto. Como é que é possível? Mas o surpreendente foi a nossa sorte! O rapaz do quarto andar do prédio da frente viu o fumo e o clarão das chamas, enquanto todo o 5º andar da RUB dormia ou simplesmente não se apercebia do que se passava. Sorte foi o quarto andar da RUB ainda estar desperto para sentir o cheiro e olhar pela janela na altura em que o rapazinho gesticulava, afirmando que havia fogo. Sorte foi a iniciativa e coragem daqueles dois seres que subiram um andar e acabaram com as chamas. A causa deste misterioso fogo e todas as circunstâncias que o envolvem vão continuar desconhecidas. De uma coisa temos a certeza foi provocado por alguém, pois era impossível ser de causa eléctrica e muito menos de causa natural.
Uma coisa é certa, depois de termos uma experiência de quase morte (mais dois minutos de fogo e todo o 5º andar tinha ido pelos ares), tudo nos parece um bocadinho turvo. Repensamos tudo e o medo de voltar a acontecer toma conta de nós. A vida vai continuar e dentro de uns tempos isto não vai passar de uma má memória, por enquanto o susto de ontem continua bem nítido na minha cabeça.

domingo, 17 de junho de 2012

Your heart’s a mess
You won’t admit to it
It makes no sense
But I’m desperate to connect
And you, you can’t live like this



Eu propria neste momento da minha vida!

sábado, 9 de junho de 2012

Batalha

Eu já sabia que isto seria inevitável. Mas não estava preparada. A sério que não estava. Já passou tanto tempo, porque é que continuo a remoer constantemente nesta situação? Acabou! Está na hora de seguir em frente sem tudo o que prende ao passado. O meu passado é difícil de deixar ir, ele mora aqui. Aqui onde eu moro também. Olhe para onde olhar, ele vai estar lá. Tornar o presente num sitio onde não foi construído não é fácil. O fim da estrada chegou. É agora o momento, é agora. Se alguém me perguntar porque é que eu me queixo, não sei o que vou responder. A minha vida em toda a sua estrutura é tudo o que alguém poderia desejar, mas depois quando se vai às raízes sinto que me falta tudo o que é mais importante. Eu quero o que todos querem, e ninguém consegue. Eu percebo o que ela sente, eu sinto exactamente desta forma, não pelas mesmas razões. Mas que de outra forma é que nos havíamos de sentir, quando a rejeição se torna parte integrante das nossas vidas? Sabes o que sinto? Sinto tudo, tudo o que não disse e tudo o que não senti corrói-me por dentro. Cada passo que dou assemelha-se a mais um abismo. O esforço que faço para não cair de novo, esse nunca ninguém vai saber. E depois criam-se máscaras, inventam-se motivos superficiais para estar feliz, quando no fundo tudo dói. Eu estou bem comigo, só não estou bem com o mundo.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

A nostalgia do mês de Junho

Ok, tenho estado um bocadinho away do mundo, nos últimos tempos. As mudanças continuam a suceder. Está quase a chegar aquela altura que é forçosamente de balanços. Fazer um balanço do que foi isto, do que foi aquilo. Chegou também a inevitável altura de voltar atrás para me encontrar de novo. E ainda, está na altura de deixar para trás tudo o que me faz mal e seguir em frente. Não é que não faça isso todos os dias, over and over again. Mas agora que estou aterrada de ter de voltar, tenho um medo gigante que tudo volte à estaca zero. Já me estou a esquecer de uma regra: "não sofrer por antecipação". Ainda falta muito tempo, e quando chegar esse momento vou estar de cabeça erguida, com um pé no Verão em casa, e outro em Setembro na RUB. Se há uma coisa que aprendi na última semana, é que deixar ir é o melhor remédio. Deixar ir os nossos sentimentos, deixar ir a nossa inspiração, deixar-mo-nos ir. E ontem descobri mais um pedacinho de arte em mim... a pintura. Não tenho qualquer habilidade mas é a sensação de liberdade e ao mesmo tempo a assustadora folha em branco. Não vou desligar deste novo sentimento e vou atirar-me de unhas e dentes ao pincel. Uma outra forma de expressão para além da escrita calha sempre bem. Descobri outra coisa sobre mim que, lá no fundo, já sabia. Sou uma péssima pessoa para dar conselhos. Eu formulo palavras bonitas no meu cérebro e depois só sai escumalha, é mesmo frustrante. Cada um nasce com um propósito, e esse de certeza que não é o meu. Fantástica é a sensação de aprendizagem, a sensação de um dia que valeu a pena. E quando ele voltar a perguntar: "o que é que aprendeste hoje?", eu já sei o que vou responder. O segredo é vermos a beleza, a beleza de cada gesto e de cada pequenina coisa. Esse é o caminho.