terça-feira, 24 de setembro de 2013

What I need

"Home
We've had enough, we're off now
Your daddy's tried to call on the phone
But he doesn't know"


domingo, 22 de setembro de 2013

Considerar o inevitável

Há um mês atrás não pensava dizer isto. Quando dizia que sentia falta da cidade, tu olhavas-me com desgosto, de quem me ia perder. Agora sinto falta de casa, sinto falta de ti. Das eternas tardes de Verão, quando já me apetece o Outono. De ti, quando já me apetece seguir em frente. Algo estranho me puxa para o chão, me diz que o sensato a fazer era dizer-te o que sinto e o que senti. Nunca estamos bem, não é nada como queremos. Fazes-me aquela falta, aquela terrível falta. Quero casa, de uma forma que pensei não desejar. À medida que a minha pele fica mais clara, a tua presença esvai-se. Com Abel Tesfaye no meu ouvido, e contigo longe de mim, lidar é difícil.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Aos poucos...

Talvez a mudança ainda tenha que esperar. Talvez as viagens fiquem para depois. E provavelmente aprendi da pior forma que voltar às raízes é necessário nesta etapa. Era tempo! De crescer principalmente, e de perceber que ainda não fiz nada. Que vou estar confinada a uma casa sem paredes. Que talvez o amor não queira nada comigo, e tudo não passa de uma desilusão de quem quis ser, mas que não sou. Não é desistir, é cansaço. O esforço não está a compensar. A estúpida ficção assombra-me, cada vez mais. É triste.

domingo, 15 de setembro de 2013

O que tu me fazes

E contigo longe, e com Lisboa a tomar conta de mim, milhares de pensamentos assombram-me a mente. Estou tão bem aqui, mas não sem ti. Já sinto a tremenda falta dos finais de tarde, da praia de manhã depois de uma noite mal dormida, da cerveja gelada nas quentes 3 da manhã, dos Arctic Monkeys a soar a toda a hora. sobretudo sinto falta da tua companhia. De ti, ali. Habituei-me à tua presença, e agora tenho que conviver com a tua ausência, com a distância de quem me fazia acelerar os batimentos. Tudo mudou, Lisboa não me deixa hipótese, há demasiada tentação, demasiadas pessoas, demasiada liberdade. O nosso querido e suave equilíbrio de quem ia conquistar o mundo acabou, assim como o Verão. Demos lugar à temível depressão quando tal pensamento vem ao de cima. Vamos ser felizes outra vez, por favor... sem Lisboa e sem Algarve a separar-nos os sentimentos.


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O todo é sempre pouco

Tudo me faz querer. Tudo me faz sonhar. Tu fazes-me sonhar. Porque nós, incrivelmente e contra todas as expectativas, pertencemos um ao outro. Nós somos o no matter what um do outro. O que nos separa, tanto mais nos une. Aquele momento em que o meu cabelo cai sobre ti, e o resto do mundo é posto em perspectiva. Só te quero perto, ao mesmo tempo que te quero longe. Gosto de ti como a abelha gosta do mel. E ver as folhas a caírem das árvores faz-me desejar que nada tivesse acontecido, que tudo passasse da eterna ilusão. Mas é disso que se trata o eterno caos, a desconstrução de ti, de mim. Ficarmos em frangalhos e decidir que não faz mal, que o mundo é assim. Porque a altura em que te sentires perto da morte, vai ser o momento em que mais anseias pela vida. E porque existe aquela estranha e assustadora boa sensação de gostarmos de quem não gosta de nós, o sofrimento faz-nos querer viver mais. E tudo isto não passasse de uma partida da memória.


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O sem sentido sem sentimento

Às vezes basta mesmo isto: o fim do Verão com a cerveja a chamar por mim, e um bando de amigos estúpidos. Ah sim claro, e os Tame Impala como fundo, cheios do seu psicadelismo material e da sua vibe de cabelos ao vento. É disto que se trata, foi sempre disto que se tratou. Mas logo, tudo fica borrado neste quadro pitoresco. Logo apareces tu com todos os teus ditos e desditos, com toda a tua falsa liberalidade. A tua mente quadrada faz-me repugna, mas talvez seja a sensação de que me trazes bem, que me faz ficar, que me faz quase querer-te! Maldita hora! Eu não sei nada, nem tu!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O vento da mudança

Sinto os ventos a mudarem de direcção. Os ponteiros do relógio a andarem ao contrário. Será o presságio de grandes mudanças? A mim parece-me que sim. Tudo está a caminhar para onde pertence, para onde "it´s meant to be". Todas as pessoas que se cruzaram comigo durante aos últimos tempos eram necessárias neste processo. Agora compreendo isso. As grandes mudanças começam sempre dentro de nós. E quando nos conseguirmos ver, estando de fora, tudo se torna mais claro. Porque a criação, o desejo de criar algo, seja bonito ou feio, nasce com todos nós. Mas em alguns, como no meu caso, torna-se em algo tão doloroso de carregar que a única opção é andar numa constante demanda por inspiração e criar, simplesmente criar, sem limites nem fronteiras. Mas é triste, realmente, saber que tenho tanto para expressar e não conseguir fazê-lo. Andar sempre numa espiral de redundâncias que em nada ajudam a aliviar a minha bagagem. E depois vem Lisboa, vens tu, viemos nós. O fim da calma que me assombra, o fim do tempo da criação, o início da estúpida superficialidade que me atinge. Vivo tão intensamente que me esqueço de tudo, de tudo o que tenho para deitar cá para fora. Esqueço-me das sensações, só pensando em estar fora de mim, literalmente. Mas é tão bom, a liberdade que me toma como dela, e a eterna vida descomprometida que tu me dás.