domingo, 27 de janeiro de 2013

Trabalho

Tenho uma vontade enorme de voltar a casa. Andar desorientada com o meu caderninho a desenhar, a pintar, a escrever. Ler até as leituras se me acabarem. E reflectir sobre tantas outras coisas que me ocupam a mente. Por enquanto ainda tenho que mergulhar a minha cabeça um monte de coisas que não me interessam minimamente. Depois disto, vou cometer uma loucura. Ah sim, claro que vai ser contigo que vou fazê-lo. No nosso fabuloso Algarve. Até lá, resta-me a chuva que cai copiosamente em Lisboa e as folhas de estudo que inunda o disco do meu computador, onde deviam estar era memórias. Não estou a produzir memórias porque estou enfiada no meu quarto a estudar. Sexta já vai ser melhor.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Porque não faz mal

Ontem fiz tudo. É depois de dias daqueles que eu penso que já vivi, que afinal sempre fiz alguma coisa com a minha vida.
A Catarina voltou, aquela pessoa completamente especial que conhece toda a gente, que faz tudo por toda a gente. Ela vem para nos relembrar que estamos a viver mal, que não é assim. Que tudo o que valorizamos e pelo qual choramos, não faz absolutamente sentido algum. Que não faz mal darmos todos os nossos desenhos, todas as nossas roupas, todos os nossos pertences e partir. Como ela dizia era a feira da ladra em que não era preciso pagar. Ela vem para nos dizer para escrever cartas para o mundo, cartas para um estranho para lhes relembrar que o mundo não é tão mau assim. Ela faz de carteira, entrega as cartas a quem lhe aparece à frente e pede que escrevam uma de volta para o mundo, com muito amor. E lá tive direito à minha carta do mundo, com uma história alucinante e mágica lá dentro, de pessoas que escreveram para alguém, nunca sonhando que iria parar às minhas mãos. Ela veio para nos relembrar que não faz mal partir. E ela vai. Dia 31 vai embora uma das pessoas mais extraordinárias que alguma vez tive a oportunidade de conhecer. Ela vai com todos nós com ela. Com ela, também vai um pedacinho meu. Ela veio para nos lembrar que é a pintar que somos felizes, que todos somos artistas. E, como de todas as vezes, pintámos. E como de todas as vezes, ela vinha com mil projectos em mão que não lembram a ninguém, e no entanto parecem fazer tanto sentido. O mais importante desta derradeira altura era a edição do livro, o qual um bocadinho fui eu que fiz. As Indefinições são da minha autoria para o mundo (afinal sempre tenho uma pontinha de artista em mim). Foi o meu pequeno contributo para um sonho de alguém. Isso faz-me pensar que já concretizei parte do meu sonho: ajudar os outros com os seus sonhos.
Ela vai partir, no final da próxima semana, mas onde ela passa deixa um rasto de luz, que mais ninguém consegue, e sem dúvida, que torna qualquer de nós mais feliz. Se não te tivesse conhecido não seria capaz de ver as coisas de uma perspectiva que partilhaste connosco todos os dias. Todos os dias em que vivi contigo e todos os dias em que não viveste, e todos os dias em que não vais viver. Tu és uma luz que mais ninguém consegue ser. Se o mundo tivesse pessoas tão especiais quanto ela seria um sítio, seguramente, melhor.
E quem não conheceu a Catarina nunca vai saber o que é a pureza de um ser.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Boémia

Ontem foi uma noite fantástica, daquelas que já não tinha há algum tempo. Apesar do tempo, têm sido dias malucos, cheios de coisas boas. Depois dos exames já merecia. Entretanto descobrimos um sítio fantástico aqui em Benfica, onde passar as nossas noites. Até conhecemos o patrão e tudo, foi fantástico. Afinal existem jovens em Benfica, eles estão todos lá. Uma banda ao vivo, cerveja e a melhor companhia que podia ter. Têm sido noites boas. Agora é altura de voltar ao estudo, em Fevereiro estarei de volta a esta vida boémia.

sábado, 12 de janeiro de 2013

A saudade do que passou

Assombra-me com uma tristeza enorme olhar para trás e ver que nada correu bem. Que nos amamos e que tudo acabou. Que a esperança para mim acabou. Que tu seguiste em frente primeiro e eu continuo presa às borboletas no estômago. Que tu me tocaste como ninguém conseguiu. E por ter passado quase um ano e eu continuar presa a pensamentos que não quero ter, por achar que éramos perfeitos um para o outro e tu te foste embora sem razão. E eu continuo naquela previsível estupidez, de esperar que, de algum modo sobrenatural, tudo mude e tu voltes, me entres pela porta inexplicavelmente e me digas tudo o que quero ouvir, outra vez.

Nada disto faz sentido, o universo não quer, tu não queres, eu não quero. O que eu quero é esquecer, mas o problema tende a ser, unicamente, esse. Olho para mim e para ti. Nós mudámos. Acabou.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Futuro

É difícil. Ninguém o nega. Mas é bater punho, bater punho e acreditar que algum dia as coisas vão melhorar, que algum dia vai haver esperança e futuro para nós. Seja a viajar, a trabalhar aqui ou na China, um dia estes momentos vão valer ouro e quem é insistente e desconcertado sempre encontra o seu caminho. Quem não se contenta vai sempre arranjar uma forma. Vai doer, vai doer tanto, vamos magoar-nos uns aos outros com as nossas decisões, vamos condicionar oportunidades, vamos abdicar de coisas importantes, mas chama-se vida. É necessário. Um dia... um dia eu sei que te vou encontrar e que vai haver esperança, que vamos estar a dar alguma coisa melhor a este mundo, porque no fim de contas se pensares bem, foi para isso que viemos. E como só vivemos uma vez, mais vale vivê-la bem e como deve de ser. Chorar menos e rir mais. Preocupar menos e esperar mais. Tudo se vai resolver. No fim tudo vai fazer sentido. No fim vamo-nos aperceber que é apenas o início, o início de alguma coisa tão bonita que os nossos corações vão ter de se expandir para a absorver. Tu vais com certeza estar a produzir, tu nasceste para viver não para estar atrás de uma secretária. Tu és como eu, somos a mesma em duas pessoas diferentes. Anseias por tudo e por nada, ao mesmo tempo. És um constante remoinho de sentimentos e sensações. Aspiras à mudança, porém esta assusta-te. E cá estamos nós, outra vez, no ponto fulcral: a coragem. Se nós tivéssemos coragem, o mundo estava aos nossos pés, seríamos rainhas de reino algum, seríamos sereias de praias de areia branca e chegaríamos àquele sítio onde pouca gente chega, que só os pródigos conseguem atingir. Mas deixemo-nos de "ses", a vida é agora, não ficamos mais novos, o tempo é uma constante em movimento, a hora é agora. Depois de tentar, partir a solução. Partir sem destino, sem dinheiro mas com amor para dar e vender. Porque se há alguma coisa de relevante que possas pôr neste mundo, e ansiar para que ele te dê em troca, é o amor.