segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Renovação


Que alívio! Foram as únicas palavras que consegui proferir depois daquela conversa renovadora para o meu ser. Acho que tomei a decisão acertada. Aquela situação estava a consumir-me demasiado, estava a tornar-me numa pessoa que não sou. Agi como tinha de agir, porque antes do amor a seja o que for, temos que ter amor-próprio. Eu estava a entrar num círculo, que estava difícil de quebrar. Ah como me sinto aliviada. Aquela não era eu. E tive mesmo de quebrar com tudo, eu sou muito senhora do meu nariz para ter pessoas a toda a hora a dizerem-me o que eu tinha de fazer. Não faz parte do meu ser ter que lidar com estes dramas e com estas questões que não me fazem muito sentido. Sinto-me muito melhor. Foi uma renovação. A minha mãe sempre me encorajou a fazer aquilo que me faz feliz. Pois foi isso mesmo que fiz. Fiz o que me fazia feliz, e arrependo-me ligeiramente de algumas coisas. E agora fiz exactamente a mesma coisa. Talvez também me arrependa, se isso acontecer, já aprendi mais alguma coisa na minha curta vida. Fiz o que tinha a fazer com quem tinha de fazer. Não quero mais aparato, só quero que respeitem a decisão e curar a enorme ferida que fiz e fizeram a mim mesma, na minha tentativa de fazer o que me faz feliz. Enfim, um texto pouco bonito, só para expressar o meu estado de espírito neste momento. É altura de sarar, longe de tudo. 


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

"Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena.", lá dizia o poeta. Qual é o destino dos falhados? Não percebo o karma. E sabem aquela altura em que tem mil coisas cá dentro mas nem conseguem pôr isso em palavras? Sim, essa sou eu neste momento. Só queria entrar numa transe e quando saísse os problemas tinham acabado e tinham-se resolvido e eu não sentia mais nada, porque os sentimentos são a porta mais fácil para o sofrimento. É uma linha tão ténue, aquela que separa os dois opostos que, ao mínimo movimento, tudo pode desabar. A vida era tão fácil antes de tudo isto acontecer, agora todos os dias me parecem maus.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Dia mau

Há muito que esta vontade de desertar me assombra. Há muito que sinto que o meu lugar não é mais aqui e há muito que sei que não é aqui que quero estar, não é aqui que a minha alma pertence. Está na hora de fazer alguma coisa que realmente me tire o fôlego. Tanto que já lá vai desde que fiz alguma coisa que realmente me tirasse os pés do chão, que fizesse o meu coração saltar do peito. Tudo o que penso que vai ser aquele momento na vida, que vele por mil, sai sempre ao contrário. Sinto que está na hora de quebrar com tudo de uma vez. Vou tomar uma decisão de uma vez por todas, escolher o que quero para mim. Será que o problema sou eu? Começo a acreditar que sim. Dizia-lhe no outro dia, que não era ela que estava mal, mas sim o mundo, mas neste momento não tenho mais certezas disso. O mundo é um sítio estranho para mim. Este mundo está completamente virado ao contrário. As pessoas têm que definir prioridades de uma vez por todas, e deixar de magoar as outras. Sei que daqui a uma semana já vou estar renovada, agora foi o choque. O choque de seres exactamente como ele, o choque de existirem pessoas egoístas, muito egoístas. Eu acho que sou simplesmente eu que está mal, o resto está tudo como devia ser. Não há almas gémeas, há simplesmente pessoas destinadas a ficarem na solidão para a eternidade. Porque as coisas não são todas cor-de-rosa. Porque as pessoas não são todas boas, porque nós não somos pessoas boas. E sim eu já sabia que me ia magoar, eu saio sempre magoada, sempre. 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Coisas do coração

Tenho tanto medo. Logo eu, a quem nada atormenta a não ser um bichinho ou outro. Não me conhecia esta faceta. Ter medo de arriscar. Deixaste-me medricas com estas coisas. A culpa foi tua. Se antes não tinha qualquer receio de me atirar de cabeça nestas situações. Agora penso duas vezes, porque sei o quanto dói se não correr bem. Ah e na minha cabeça tudo vai correr mal, só consigo pintar um cenário negro, porque pintar o bom cenário seria sonhador de mais (até para mim). E eu penso que se calhar é pedir de mais que as coisas corram bem, que se calhar nem mereço, por isso é que acabo sempre mal. Tenho um mau karma por ser injusta com as pessoas, por vezes. Talvez exista uma alma gémea, nisso tens razão, mas provavelmente ou ela passa por nós e não a vemos ou nunca a vamos encontrar. Aqueles que têm a sorte de descobrir a alma gémea são uma minoria. É só uma questão de sorte. É como a música diz: querer o melhor, mas esperar o pior. Enfim, temos os dois lado da moeda, ou nos entregamos e é tudo muito lindo ou, como acontece quase sempre, acabamos por nos magoar mutuamente. E ele não foi egoísta, eu compreendo-o, às vezes é necessário um reencontro com nós mesmos na confusão que é este mundo. Viver uma vida de errância é o mais poderoso dos sonhos. É aquele que nos obriga a quebrar com tudo e todos. Quando os padrões da sociedade não servem mais. Mas essa não tem que ser necessariamente solitária, foi esse o seu grande erro. Porque a felicidade só é real quando é partilhada. Se me perguntassem neste exacto momento o que é que eu quero? Eu respondia que era partir. Não o mesmo partir de quando tinha 16 anos e achava que o mundo não me compreendia, mas o partir de quem já compreende o mundo e não gosta do que vê. Levava-te comigo, viveríamos essa vida de errantes eternos. O mundo ia ser o nosso lar. Quando te descobrir, levo-te comigo e partimos, partimos os dois sem destino, só com a felicidade no horizonte. 

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

No outro dia dizia-te que não sabia como é que, de repente, tudo tinha ficado tão confuso. É uma verdade, não sei. Tu és uma experiência de vida, mas tu e eu não somos iguais. A tua racionalidade impede-te de estares comigo a 100%, sempre a pensar no que virá. Não acreditas no "um dia de cada vez", mas deixa-me acreditar. Adopta aquela atitude de fazer o que te faz feliz, sem reservas. Maças-me com a tua racionalidade. Podes ser um sonho, mas não és o meu sonho. Eu preciso de alguém que sonhe comigo. Não, eu não quero falar de política, estou farta disso, nem sequer gosto. Não podemos falar em amor. O amor não pode ser racionalizado. O amor é um sonho, uma situação hipotética. E sente-se. Tu sentes aquelas borboletas no estômago. Perdoa-me por ser uma alucinada, mas sinto-me bem assim. Quando fores capaz de levar com o vento na cara, enquanto dás a mão a alguém, em silêncio, podemos conversar, não de coisas racionais, mas de coisas patéticas. Porque nós somos jovens, livres e eu, em particular, vou ser sempre uma criança grande. Porque a vida é demasiado séria, para ser levada a sério. 
Não me apetece passar por tudo isto outra vez. O medo de ficar entregue ao sofrimento invade-me, logo a mim... Mas sinto-me bem quando estou contigo, ainda mais sabendo que é um belo desafio. Ah e como eu não viro costas a um desafio. Talvez seja a minha alma, cheia de apetite de desafiar as regras que está a falar mais alto. Mas eu gosto de ti. E quantas saudades não tinha eu de ter alguém comigo... Continua tudo tão enublado, tal e qual o tempo lá fora, mas estou feliz, estou estranhamente feliz no meio da confusão que tem sido a vida. E quanto mais me dizem para não fazer, mais vontade me dá, mesmo que depois me arrependa já valeu a pena. E de repente, tudo ficou tão complexo e confuso. Uma confusão que dá cabo de mim, deixa-me só de pele e osso. Mas para quê a confusão? A vida é tão simples. Vai vivendo e depois logo se vê, e acima de tudo tens que estar feliz, sem afectar a felicidade dos outros. Ao afectar a felicidade dos outros, vem o maldito do karma dar cabo de nós. Sejamos felizes, se faz favor. 


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A quietude do meu ser

Quem me dera. Quem me dera ser de novo aquela criança inocente que só sentia. Sentia simplesmente sem a impossibilidade que é o pensamento. É pensando que nos privamos das melhores coisas. Quanta beldade teria o mundo se pura e simplesmente sentíssemos sem restrições, se conseguíssemos ver a beleza. Estamos demasiado condicionados por banalidades. Eu digo aqui e agora que chegou a hora! Chegou a hora de libertar as amarras e seguirmos o nosso caminho. Atingi a paz, mas falta-me a paz interior. Falta-me fazer as pazes com o meu interior e definir prioridades, por mais ridículas que sejam. Não seguirei por caminhos que não são os meus. O meu caminho é aquele que, por mais sinuoso que pareça, lá ao fundo vai estar o pote de ouro. Não ouro de riqueza material, mas ouro de riqueza espiritual, de quietude. Está a faltar isso. Está irremediavelmente a faltar isso. Mas, como que num sinal de esperança, lá vem a força que me impele. Um retiro, uma reflexão e um livro de Kafka, é isso que é necessário.

sábado, 6 de outubro de 2012

Ontem fiquei absolutamente fascinada com um filme que vi sobre a Califórnia nos anos 70. Bem a minha mãe diz que eu nasci num tempo que não é o meu. Talvez seja por não me conformar ou simplesmente por ter estado perdida e agora ter voltado a encontrar-me. A verdade é que toda uma época histórica fascina-me e inspira-me, de uma forma que mais nenhuma consegue. Eu acho que são maioritariamente os valores, o resto vem por acréscimo. Mas se for ver bem o cerne da questão, percebo que tudo teve a ver com o meio onde cresci. O sítio que é totalmente saído do Portugal dos anos 60, cheio de hippies de outros países à procura de um reencontro com a natureza. O avô comunista cheio da índole revolucionária. O pai, apaixonado pela música e a mãe, uma artista ecologista. Tudo isto conduziu a ser quem sou. Não vou chamar nomes ao que sou, até porque detesto labels, mas eu sei quem sou. Se quiserem chamar-me alguma coisa, chamem-me uma apaixonada, uma apaixonada por tudo e por todos.


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

“The only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawn or say a commonplace thing, but burn, burn, burn, like fabulous yellow roman candles exploding like spiders across the stars and in the middle you see the blue centerlight pop and everybody goes.... " 

Jack Kerouac