Tenho tanto medo. Logo eu, a quem nada atormenta a não ser um bichinho ou outro. Não me conhecia esta faceta. Ter medo de arriscar. Deixaste-me medricas com estas coisas. A culpa foi tua. Se antes não tinha qualquer receio de me atirar de cabeça nestas situações. Agora penso duas vezes, porque sei o quanto dói se não correr bem. Ah e na minha cabeça tudo vai correr mal, só consigo pintar um cenário negro, porque pintar o bom cenário seria sonhador de mais (até para mim). E eu penso que se calhar é pedir de mais que as coisas corram bem, que se calhar nem mereço, por isso é que acabo sempre mal. Tenho um mau karma por ser injusta com as pessoas, por vezes. Talvez exista uma alma gémea, nisso tens razão, mas provavelmente ou ela passa por nós e não a vemos ou nunca a vamos encontrar. Aqueles que têm a sorte de descobrir a alma gémea são uma minoria. É só uma questão de sorte. É como a música diz: querer o melhor, mas esperar o pior. Enfim, temos os dois lado da moeda, ou nos entregamos e é tudo muito lindo ou, como acontece quase sempre, acabamos por nos magoar mutuamente. E ele não foi egoísta, eu compreendo-o, às vezes é necessário um reencontro com nós mesmos na confusão que é este mundo. Viver uma vida de errância é o mais poderoso dos sonhos. É aquele que nos obriga a quebrar com tudo e todos. Quando os padrões da sociedade não servem mais. Mas essa não tem que ser necessariamente solitária, foi esse o seu grande erro. Porque a felicidade só é real quando é partilhada. Se me perguntassem neste exacto momento o que é que eu quero? Eu respondia que era partir. Não o mesmo partir de quando tinha 16 anos e achava que o mundo não me compreendia, mas o partir de quem já compreende o mundo e não gosta do que vê. Levava-te comigo, viveríamos essa vida de errantes eternos. O mundo ia ser o nosso lar. Quando te descobrir, levo-te comigo e partimos, partimos os dois sem destino, só com a felicidade no horizonte.
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