A vida é muito disto. Amigos, festa, desilusões, nostalgia, mais festa. Hoje fui remexer num assunto do passado, não devia tê-lo feito, mas fui e tirei as minhas provas. Não correu bem, está encerrado. Para ser franca, para mim podíamos continuar no jogo do gato e do rato para sempre, ia sempre haver o clique que nos ligava sempre que ele vinha ao meu pé com as suas frases feitas. E eu derretia-me com aquele jeito de rebelde, sempre de cigarro na mão. Eu sei porque não resultou, porque ele sabe que eu sou uma pessoa para manter, e nem eu nem ele estamos dispostos a fazer esse esforço, porque ao fim ao cabo o relâmpago da situação é que nos ia juntar e não o contrário. Valeu a pena ver se valia a pena.
E depois temos a nostalgia dos terríveis dias de chuva que me fez subitamente deprimir ao ir buscar as minhas blusas de lã. Lá estavam vocês todos outra vez a olharem, a julgarem. Lá estavam todas as desilusões, todos os romances, todos os erros.
Mas cheguei a casa e cá estavam eles a abrirem os braços, a quem não tinha tido um bom dia, com a música do costume. Com a festa do costume, com o amor do costume, a serem quem são, a darem o amor que têm para dar. E lá fomos nós para a sala de estudo, que se torna sempre que necessário na sala de convívio, desta vez não foi excepção e desabafei contigo e com um cigarro à volta de um copo de iogurte. Ah quando isto acabar, como vou ter saudades. Mas nada acaba realmente, tudo se renova, o fim é sempre um início.