quinta-feira, 6 de junho de 2013
Substância do amor
E ali onde o azul do céu conhece o azul do oceano, fui feliz mais uma vez. Porque não interessa para onde vá, a minha casa vai ser sempre onde o azul está. Vai ser sempre onde cheira a protector solar e brisa marítima. Vai ser sempre onde se vendem as pulseiras, onde se bebe o refresco, onde sorrimos sem razão. É onde o céu brilha mais, onde o sol queima. Mas quando volto, já nada é mesma coisa, todos mudaram, eu mudei. Continua o encanto, mas quem eu amo há muito que não está. Eu vejo tudo com olhos de quem tem tudo a perder, como se fosse a última vez que via aquele mar. E tu olhas-me com olhos sinceros, de quem não me quer perder, mas sabe que não o pode evitar. Eu volto, eu volto sempre, tu não me perdes. Só podes perder a pessoa que fui, só podes perder o amor que assombra a minha vista por outrem, só podes perder as recordações. Mas aquelas que já fizemos, já ninguém nos pode tirar. Verões e verões de recordações, de amor incondicional. O que se passa em Lisboa e o que se passa no Algarve quando estou fora pouco interessa, quando chega o Verão e nos amamos, como ninguém consegue amar. Não vamos ainda acabar com isto, quando isto é a substância do amor.