quarta-feira, 9 de maio de 2012

5º andar em Benfica

O 5º andar em Benfica sofre de muitas maleitas: há infiltrações nas duas casas-de-banho das raparigas, uma das infiltrações alastrou-se para um quarto, a fechadura do prédio partiu-se e teve que ser mudada, agora não há chaves para todos, o microondas do 6º andar avariou, o estore da sala não desce, se descer não volta a subir, e foi encontrado um bicho morto na cozinha. Ufa.. só problemas funcionais!
No entanto, e apesar de tudo isto, a residência é a minha segunda casa. Vai ser a minha casa durante os próximos dois anos, pelo menos. Uma casa diferente de todas as outras.
Posso-me perder em dissertações sobre o que é que a residência significa para mim. A realidade aqui é muito diferente. A minha experiência universitária só é completa e total com esta vivência.
Há pouco tempo, lembrei-me eu num dos meus muitos pensamentos profundos, que nós, ao fim ao cabo, somos uma família. Uma família muito disfuncional e com alguns problemas de entendimento. Mas que família não o é?
E quando vim para Lisboa, lá vinha eu com o meu caderninho a apontar o nome das pessoas, para ter a certeza que não me ia esquecer. E agora, aqui estou eu, a chamá-los de família. Ah nostalgia! Se há sítio em Lisboa onde fiz amigos, foi aqui. E agora, está quase a acabar, e só penso no quanto vai custar não voltar a viver com algumas destas pessoas.
Se antes queria um refúgio da minha própria casa, agora encontrei-o. É aqui, no 5º andar em Benfica.